Esse texto aqui não é para você que quer se livrar
de uma decepção amorosa. Se essa for a sua intenção, não leia até o final,
certo?
Vamos ao que interessa... Se você está lendo isso,
suponho que esteja passando pela mesma situação que eu: uma desilusão amorosa.
Como o nome já diz des-ilusão. Exatamente, você estava iludida com uma imagem
que idealizou de alguém, a ilusão em si, não dói. O que fere é perceber que nós
criamos um mundo inteiro de fantasia e colocamos todas as características que
idealizamos em alguém que não sabia ou não percebia que nós esperávamos mais
dela. Um exemplo bem básico para melhor explicar:
Você conhece uma pessoa linda, que consegue reunir beleza, romantismo, simpatia, inteligência e
elegância em uma só pessoa. Isso é fascinante aos olhos de quem vê, não é? A
partir daí, você começa a atribuir algumas qualidades a ela, só pela impressão
que você teve dela. Você começa a idealizar uma relacionamento perfeito e a
criar todos aqueles roteiros na sua cabeça. Perceba o quão influenciada você
fica só com essa sua primeira impressão... Você começa a falar sobre esse cara
para suas amigas, sempre destacando as qualidades dele. Ai eu questiono: por
que não destacamos os defeitos do outro no começo da relação? Fácil! A pessoa
não transparece os defeitos logo de cara. Não se ela estiver mesmo interessada
em você. Já deu pra entender o que acontece, né? A gente começa a “dar a César
o que não pertence a César” por simplesmente acreditar que “César merece tudo
isso por ter sido legal, romântico e etc”.
Agora retomando o fio da meada: Você está na fase da
desilusão amorosa, tentando esquecer e começa a retirar todas as qualidades que
você atribuiu ao cara. Definitivamente, percebeu que de fato, tem que “dar a
César o que é de César, mas só o que de fato é de César” e todas aquelas
qualidades atribuídas começam a dar lugar aos inúmeros defeitos que o cara foi
demonstrando no decorrer, e nessa hora, os defeitos tem muito peso e é por isso
que a gente sofre.
Portanto, o melhor conselho que eu posso dar hoje é:
Não idealize pessoas, não atribua qualidades antes de saber se a pessoa de
fato, possui elas em suas características.
Mas aí você percebeu que o texto começou a escapolir
um pouco do seu foco principal que é falar sobre desilusões. Primeiro eu quis
dar um conselho, depois vamos para a parte chata, que é onde dói.
Eu tenho uma estratégia que uso como lema: Tente de
tudo para então, desistir.
Sério, esses joguinhos que nós praticamos para
tentar esquecer de alguém são uma furada (apesar de serem o mais aconselhado,
quando se leva pro lado do amor próprio), mas o que eu quero dizer aqui é que,
enquanto você não testar todas as possibilidades saudáveis para reaver a pessoa
que você ama, você não conseguirá entregar os pontos e desistir.
Já ligou? Já mandou textão? Já sumiu por um ou dois
meses e depois reapareceu? Já apareceu de surpresa na casa da pessoa? Já
telefonou? Já enviou uma carta pelo correio? Já se abriu e falou dos seus
sentimentos? Já conversaram e colocaram todos os pingos nos is? Se a resposta
para todas as alternativas for “sim”, te sugiro entregar os pontos e repetir
essa frase para si mesmo: “Eu tentei de tudo, eu me esforcei, eu fiz o melhor
que eu pude... não era para ser, eu desisto, eu entrego os pontos. Eu vou
esquecer, vai doer, mas eu preciso enfrentar.”
Se a resposta for “não”, persista. Mas eu aconselho
a ter cautela. Não vale se arriscar demais, não vale se expor, não vale
escandalizar. Seja sutil, fale, a pessoa nunca vai se convencer de algo que não
parece convincente. Não seja radical, tampouco inclinado a atitudes idiotas, só
não seja superficial. Vá fundo como quem dá um mergulho e sobe a superfície
para pegar mais fôlego, como um nadador em uma prova de 10 metros. Tente. E se
depois de tentar todas as alternativas, o resultado não for o esperado, você
precisará desistir.
Desistir. É isso mesmo. Eu sei que tudo que se almeja
conquistar depende de muita persistência, porém não devemos agir como gatos
tentando voar ao pular do telhado. É tudo dentro de nossas condições. Não tente
dar um passo maior do que a sua perna.
Se você tentou de tudo, significa que aquilo,
definitivamente, não era para você. Eu não sei se você acredita em destino, mas
tente fazer uma fezinha... nem tudo é por mero acaso. E você só consegue
perceber que não são meros acasos depois de muito tempo, quando algo novo surge
no lugar do que se foi e deixou sombras. Aquele momento reflexivo que você tem,
quando imagina: poxa, se eu tivesse com aquela pessoa atualmente, eu não teria
vivido esse bocado de experiência ou estaria com quem estou agora. É por isso
que eu não sou devota da concepção dos acasos.
Ainda é preferível confiar no destino e nas
possibilidades.
Desistir é necessário, desistir também é nobre.
Desistir é o ato de admitir que você, enquanto humano, é um sujeito com
limites, e conhecer que alguns limites não podem ser ultrapassados. Desistir é dar
a oportunidade ao novo, pois sempre que desistimos de algo, logo em seguida
encabeçamos em outra coisa nova, é sempre assim... como ciclos.
Se dê uma nova chance depois de fracassar na luta.
Algumas pessoas são nobres por simplesmente
reconhecerem que foram derrotadas e entregaram os pontos.
Lembrando que nobreza não é sinônimo de vitória.
Endereço esse texto a todos os que já estão cansados
dessa luta e que precisam entregar os pontos e seguir em frente. Se permita.
Você merece, não é mesmo? É uma escolha sua.
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