15 de mar. de 2017

des ilusão

Esse texto aqui não é para você que quer se livrar de uma decepção amorosa. Se essa for a sua intenção, não leia até o final, certo?
Vamos ao que interessa... Se você está lendo isso, suponho que esteja passando pela mesma situação que eu: uma desilusão amorosa. Como o nome já diz des-ilusão. Exatamente, você estava iludida com uma imagem que idealizou de alguém, a ilusão em si, não dói. O que fere é perceber que nós criamos um mundo inteiro de fantasia e colocamos todas as características que idealizamos em alguém que não sabia ou não percebia que nós esperávamos mais dela. Um exemplo bem básico para melhor explicar:
Você conhece uma pessoa linda,  que consegue reunir beleza, romantismo, simpatia, inteligência e elegância em uma só pessoa. Isso é fascinante aos olhos de quem vê, não é? A partir daí, você começa a atribuir algumas qualidades a ela, só pela impressão que você teve dela. Você começa a idealizar uma relacionamento perfeito e a criar todos aqueles roteiros na sua cabeça. Perceba o quão influenciada você fica só com essa sua primeira impressão... Você começa a falar sobre esse cara para suas amigas, sempre destacando as qualidades dele. Ai eu questiono: por que não destacamos os defeitos do outro no começo da relação? Fácil! A pessoa não transparece os defeitos logo de cara. Não se ela estiver mesmo interessada em você. Já deu pra entender o que acontece, né? A gente começa a “dar a César o que não pertence a César” por simplesmente acreditar que “César merece tudo isso por ter sido legal, romântico e etc”.
Agora retomando o fio da meada: Você está na fase da desilusão amorosa, tentando esquecer e começa a retirar todas as qualidades que você atribuiu ao cara. Definitivamente, percebeu que de fato, tem que “dar a César o que é de César, mas só o que de fato é de César” e todas aquelas qualidades atribuídas começam a dar lugar aos inúmeros defeitos que o cara foi demonstrando no decorrer, e nessa hora, os defeitos tem muito peso e é por isso que a gente sofre.
Portanto, o melhor conselho que eu posso dar hoje é: Não idealize pessoas, não atribua qualidades antes de saber se a pessoa de fato, possui elas em suas características.
Mas aí você percebeu que o texto começou a escapolir um pouco do seu foco principal que é falar sobre desilusões. Primeiro eu quis dar um conselho, depois vamos para a parte chata, que é onde dói.
Eu tenho uma estratégia que uso como lema: Tente de tudo para então, desistir.
Sério, esses joguinhos que nós praticamos para tentar esquecer de alguém são uma furada (apesar de serem o mais aconselhado, quando se leva pro lado do amor próprio), mas o que eu quero dizer aqui é que, enquanto você não testar todas as possibilidades saudáveis para reaver a pessoa que você ama, você não conseguirá entregar os pontos e desistir.
Já ligou? Já mandou textão? Já sumiu por um ou dois meses e depois reapareceu? Já apareceu de surpresa na casa da pessoa? Já telefonou? Já enviou uma carta pelo correio? Já se abriu e falou dos seus sentimentos? Já conversaram e colocaram todos os pingos nos is? Se a resposta para todas as alternativas for “sim”, te sugiro entregar os pontos e repetir essa frase para si mesmo: “Eu tentei de tudo, eu me esforcei, eu fiz o melhor que eu pude... não era para ser, eu desisto, eu entrego os pontos. Eu vou esquecer, vai doer, mas eu preciso enfrentar.”
Se a resposta for “não”, persista. Mas eu aconselho a ter cautela. Não vale se arriscar demais, não vale se expor, não vale escandalizar. Seja sutil, fale, a pessoa nunca vai se convencer de algo que não parece convincente. Não seja radical, tampouco inclinado a atitudes idiotas, só não seja superficial. Vá fundo como quem dá um mergulho e sobe a superfície para pegar mais fôlego, como um nadador em uma prova de 10 metros. Tente. E se depois de tentar todas as alternativas, o resultado não for o esperado, você precisará desistir.
Desistir.       É       isso mesmo. Eu sei que tudo que se almeja conquistar depende de muita persistência, porém não devemos agir como gatos tentando voar ao pular do telhado. É tudo dentro de nossas condições. Não tente dar um passo maior do que a sua perna.
Se você tentou de tudo, significa que aquilo, definitivamente, não era para você. Eu não sei se você acredita em destino, mas tente fazer uma fezinha... nem tudo é por mero acaso. E você só consegue perceber que não são meros acasos depois de muito tempo, quando algo novo surge no lugar do que se foi e deixou sombras. Aquele momento reflexivo que você tem, quando imagina: poxa, se eu tivesse com aquela pessoa atualmente, eu não teria vivido esse bocado de experiência ou estaria com quem estou agora. É por isso que eu não sou devota da concepção dos acasos.
Ainda é preferível confiar no destino e nas possibilidades.
Desistir é necessário, desistir também é nobre. Desistir é o ato de admitir que você, enquanto humano, é um sujeito com limites, e conhecer que alguns limites não podem ser ultrapassados. Desistir é dar a oportunidade ao novo, pois sempre que desistimos de algo, logo em seguida encabeçamos em outra coisa nova, é sempre assim... como ciclos.
Se dê uma nova chance depois de fracassar na luta.
Algumas pessoas são nobres por simplesmente reconhecerem que foram derrotadas e entregaram os pontos.
Lembrando que nobreza não é sinônimo de vitória.

Endereço esse texto a todos os que já estão cansados dessa luta e que precisam entregar os pontos e seguir em frente. Se permita. Você merece, não é mesmo? É uma escolha sua.

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